Histórico
O turismo em Ilha Grande, localizada no município de Angra dos Reis, foi implementado a partir da década de 1970, e teve sua afirmação na segunda metade da década de 1990 (RAMUZ, 1998) Entretanto, a ilha já possuía fluxos de pessoas anteriormente, mas sem ser para a atividade de turismo. Entre os séculos XVI ao XIX, época que ocorreu a ocupação portuguesa, com exploração agrícola na área, com fazendas exportadoras que erodiram o local. Já no início do século XX, a ilha serviu, principalmente, para atividades carcerárias, a qual se prolongou até a desativação do presídio Cândido Mendes, em 1994, quando o turismo se afirmou como a principal atividade econômica (RAMUZ, 1998, p.114).
Além disso, “a construção da Rodovia Rio-Santos dinamizou a realização de projetos turísticos para toda a região por ela cortada. No caso específico da Ilha Grande, abriu-se margens a uma nova relação de troca entre a Ilha e o mercado externo que deve ser entendida pela afirmação do turismo como principal agente das relações sócio-econômicas locais.” (RAMUZ, 1998, p.115).
Na década de 1980, o marketing em cima da Ilha Grande foi imensa, usando palavras como intocável, irresistivelmente bela, selvagem, um tesouro e linda, o que elevou a curiosidade e busca do local como lazer. Com isso, a oferta de serviços turísticos se dinamizou, e na década de 1990 já havia mais de trinta locais de hospedagem (entre pousadas e campings), segundo Pedro Ramuz (1998), assim como “o número de embarcações particulares fazendo o transporte de passageiros entre a Ilha e o continente, bem como passeios por suas praias, também passou a ser crescente (RAMUZ, 1998, p.116). Ao mesmo tempo, era reforçado as leis de preservação ambiental, com criação de Unidades de Conservação, como o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro, a Área de Proteção Ambiental de Tamoios.
Dessa forma, após a década de 1990 houve um boom turístico na região, que traz consigo não só uma melhora econômica para a população local, como também problemas ambientais, como descarte irregular do lixo, com novos valores e modos de agir. E com isso, popularizar as trilhas ao redor da Ilha Grande como um dos atrativos turísticos, as quais já eram utilizadas pelos moradores como forma de interligação das comunidades locais, sendo uma trilha orgânica, usada por aqueles que não possuíam condições de pegar barco ou não desejavam.
Entretanto, somente em 2015, com a criação da Rede Brasileira de Trilhas, surgiu a ideia de implementá-la oficialmente, a qual só teve novo andamento em 2022 com movimentos de sinalização da trilha, visto que essa já é um atrativo turístico consolidado, mas ainda sem a devida sinalização correta. E, então, em 2023 houve a mobilização, em conjunto, de voluntários, dos moradores locais, da Rede Brasileira de Trilhas, das UCs e do INEA, para manejo e sinalização da Trilha de Longo Curso Volta da Ilha Grande, além de reuniões com os interessados para a definição e implementação da TLC.
Por fim, com a chegada do 2° Congresso Brasileiro de Trilhas que ocorrerá em setembro deste ano em Niterói, e com a TLC Volta da Ilha Grande como uma das trilhas escolhidas para ser apresentada no pré-congresso, houve uma mobilização mais assídua quanto a implementação da trilha citada a adesão à rede nacional de trilha de longo curso e conectividade - rede trilhas.