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Caminho Saint Hilaire

Tipo: Trilha Regional
Inicio: Conceição do Mato Dentro, MG
Final: Diamantina, MG
Ponto Culminante: Cordilheira Espinhaço Meridional
Modal:
 Caminhada, Bike e Equestre
Bioma: Mata Atlântica e Cerrado
Outros biomas: Ecossistema fitofisionômico campos rupestre
Significado e histórico da Pegada: Harmoniza com a logomarca do Caminho Saint Hilaire, remetendo as plantas que o naturalista Saint-Hilaire coletou na região.
Autor da Pegada: Luciano Amador Jr
Associação gestora da trilha: Instituto Auguste de Saint-Hilaire

Caminho Saint-Hilaire – CaSHi – uma jornada de sentidos e encantamento no coração da Cordilheira do Espinhaço, para caminhantes, peregrinos e ciclistas. É embarcar em uma experiência transformadora que conecta natureza, cultura e espiritualidade. Segue-se o trajeto do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que revela paisagens como as descritas em seus diários de campo, nas regiões de Diamantina, Serro, Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, no estado de Minas Gerais. O CaSHi oferece uma imersão ecológica de base comunitária, com vivências ligadas aos saberes tradicionais e aos sabores da autêntica gastronomia mineira, em contato direto com a biodiversidade da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. É também um percurso de vivências transcendentes, que guia o viajante rumo à espiritualidade por meio de 14 estações de renovação da fé, entre santuários, igrejas e capelas históricas, envoltas por saberes ancestrais, terapias integrativas e pelos aromas das plantas que curam e preservam a alma do Caminho Saint-Hilaire.



 

Ficha Técnica
Distância planejada:
182km Caminhantes e Peregrinos - 200km Cicloturismo

Duração: 10 a 12 dias para caminhantes e peregrinos - 7 a 9 dias para ciclistas. Dependendo da vivência das experiências no território.

Distância implementada: 182 km Caminhantes e Peregrinos - 200 km Cicloturismo e Cavaleiros - ainda não é possível realizarem os trajetos autoguiados

Altitude máxima: 1260 m

Altimetria Positiva: Trilha Cicloturismo e Equestre – 1277m - Trilha Caminhante e Peregrino -1276m

Altimetria Negativa: Trilha Cicloturismo e Equestre - 630m - Trilha Caminhante e Peregrino - 629m



Percentual implementado
100%
Contatos

Descrição

Prepare-se para viver uma travessia única, que une fé, cultura, sabor, história e natureza no coração da Cordilheira do Espinhaço. Percorrer o Caminho Saint-Hilaire – CaSHi – é embarcar em uma jornada transformadora, um convite à descoberta de um Brasil profundo, autêntico e encantador.

O Caminho proporciona uma imersão ecológica de base comunitária, com pouso acolhedor em comunidades tradicionais, setecentistas, vivências com saberes ancestrais e os sabores marcantes da autêntica culinária mineira. Mais do que uma trilha, o CaSHi é também uma rota de peregrinação, que conduz o viajante à espiritualidade por meio de 14 estações de fé, entre santuários, igrejas e capelas históricas, envoltas por saberes ancestrais, terapias integrativas e pelos aromas das plantas que curam e preservam a alma do Caminho Saint-Hilaire

 

Um percurso por paisagens deslumbrantes, emoldurado por montanhas, cachoeiras cristalinas e vilarejos coloniais, conduz caminhantes, peregrinos e ciclistas a uma experiência multissensorial ao longo da imponente Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço — um verdadeiro corredor vivo onde natureza, cultura popular, espiritualidade e gastronomia se entrelaçam em harmonia, despertando os sentidos e a essência de cada viajante.

Descubra o Caminho Saint-Hilaire, onde cada passo é uma reconexão interior, revelando a beleza cênica do Espinhaço meridional e memórias vivas, da única Cordilheira do Brasil, ao mesmo tempo em que resgata as rotas históricas descritas nos lendários Diários de Campo do naturalista Saint-Hilaire, que percorreu o território no século XIX.

O Caminho Saint Hilaire serpenteia a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, fazendo a conectividade com as Unidades de Conservação, com destaque para: APA das Águas Vertentes, Monumento Natural Várzea do Lajeado e Serra do Raio, entre povoamentos oitocentistas, onde o turista poderá pousar e alimentar, nestas charmosas e tradicionais comunidades destacadamente: Córregos, Santo Antônio do Norte (Tapera), Itapanhoacanga, Mato Grosso, Pedra Redonda, Três Barras, Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Vau, Extração (Curralinho) e outros. Ainda podendo ter uma maior vivência no território ao herborizar como Saint-Hilaire fazia, explorando o entorno das comunidades, fazendo agora os roteiros circulares, conhecendo os atrativos de cada povoamento.

Conecta o Santuário do Nosso Senhor de Matozinhos ao Santuário dedicado ao Divino Pai Eterno, que será o segundo maior do país (na fase final de construção), além de dois Circuitos Turísticos: dos Diamantes e do Parque Nacional da Serra do Cipó, a dois terroir do queijo artesanal de Minas Gerais: do Serro, que engloba ainda as cidades de Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro e o terroir de Diamantina e as duas bacias hidrográficas do Rio Doce e Jequitinhonha.

Caminho Saint Hilaire, natureza, cultura e espiritualidade

Slogan da Trilha

Informações Gerais

O Caminho Saint- Hilaire tem um nível de dificuldade moderado, por trilhas e caminhos de chão batido que exigem preparo físico e equipamentos adequados. Atualmente, o trajeto ainda não está disponível em formato autoguiado, sendo indispensável a presença de guias locais, devido à estruturação da sinalização em fase de implantação para garantir segurança e uma experiência plena aos turistas.

O ponto de partida para caminhantes, ciclistas e cavaleiros é a charmosa Praça Dom Joaquim, em Conceição do Mato Dentro, seguindo pelo histórico Bairro Bandeirinha — o mesmo caminho trilhado por Auguste de Saint-Hilaire rumo à cidade do Serro. A jornada culmina em Diamantina, na emblemática Casa do Intendente Câmara, onde o naturalista foi recebido no antigo Arraial do Tijuco, encerrando a travessia com um mergulho na história e no patrimônio mineiro.

Para os peregrinos, o trajeto se inicia em sentido inverso: parte da Casinha da Serva de Deus Irmã Benigna, em Diamantina, segue Santuário do Divino Pai Eterno — em fase final de construção — até alcançar o marco final no Santuário do Nosso Senhor do Matozinhos, em Conceição do Mato Dentro.

O CaSHi ainda conecta dois importantes circuitos turísticos — dos Diamantes e do Parque Nacional da Serra do Cipó — e cruza as bacias dos rios Doce e Jequitinhonha. Ele também percorre dois renomados terroirs do queijo artesanal mineiro: o do Serro (que inclui Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro) e o de Diamantina, podendo saborear os vinhos finos do terroir do Alto Jequitinhonha.

O CaSHi percorre a porção meridional da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, conectando unidades de conservação na transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado — um cenário singular que liga três joias históricas de Minas Gerais: Conceição do Mato Dentro, conhecida como a “Terra do Ecoturismo”; Serro, o “Berço da Gastronomia Mineira” e terra natal da icônica chef Dona Lucinha (Maria Lúcia Clementino Nunes); e Diamantina, consagrada como a “Cidade Musical do Brasil”.

 

Ao longo do percurso, o visitante descobre 15 comunidades tradicionais do século XVIII, repletas de charme, autenticidade e hospitalidade. Entre elas, destacam-se a encantadora Itapanhoacanga, em Alvorada de Minas; as badaladas Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, no Serro; e as singelas Tapera e Córregos, em Conceição do Mato Dentro, conhecida por suas belas cachoeiras, por fim as tradicionais Curralinho e Vau em Diamantina. Em todas, é possível contemplar casarios preservados e/ou igrejas barrocas, manifestações culturais vibrantes e uma população acolhedora.

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Como Chegar

A 164 km de Belo Horizonte Capital do Estado de Minas Gerais - 135km do Aeroporto Internacional de Confins - Rodovia Estadual MG10, pela Serra do Cipó, na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço até a cidade de Conceição do Mato Dentro, marco zero do Caminho Saint Hilaire.

Histórico

A concepção do Caminho Saint-Hilaire teve início em 2014, com a essência de conectar, de forma definitiva, os territórios inseridos na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço meridional – um cenário de magnífica beleza natural e cultural ímpares e complementares entre si, como se fosse um enorme quebra-cabeça: peça por peça, formando um mosaico deslumbrante de paisagens singulares e promovendo a integração entre suas principais comunidades tradicionais, revelando uma visão macro e harmônica da região.

O nome da trilha nasceu do desejo de dar sentido e identidade a esse território. Foi assim que a figura inspiradora do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779–1853) emergiu como elo simbólico, por meio das anotações contidas em suas obras de “literatura de viagem”, que iluminam e dão profundidade ao projeto.

O Caminho homenageia esse extraordinário cientista, que se identificou profundamente com o Brasil, deixando contribuições notáveis para o registro do Brasil colônia e para o conhecimento da flora nativa — referências até os dias atuais. Após retornar à França, Saint-Hilaire continuou sua influência como um dos Membros Honorário do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. “Vivi no meio de brasileiros; sou ligado a eles pelas forças da simpatia e da gratidão; amo ao Brasil quase tanto quanto à minha pátria” (SAINT-HILAIRE).

Movido por um espírito aventureiro, Saint-Hilaire partiu, em 1817, para explorar a Serra do Espinhaço. A trilha atual percorre parte desse itinerário histórico, passando pela antiga Paróquia de Conceição, Vila do Príncipe e Arraial do Tijuco — hoje Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina. Em suas palavras e impressões, transparece a admiração pelos mineiros: “[...]em toda a província de Minas encontrei homens de costumes delicados, cheios de afabilidade e hospedeiros[...]” (SAINT-HILAIRE) — uma hospitalidade que ainda ecoa no território do Caminho Saint-Hilaire.

Curiosidades

O Caminho Saint-Hilaire percorre vegetação única dos campos rupestres com suas floradas multicoloridas, que cobre menos de 1% do território nacional, abriga espécies catalogadas por Saint-Hilaire, como o simbólico "Pau Santo", cuja flor representa o Caminho, e o "Rosmaninho", usado para preparar o Chá do Pedestre — bebida adotada pelo naturalista por suas propriedades anti-inflamatórias e relaxantes.

A conexão do território Cultural do Caminho Saint-Hilaire é reconhecida por importantes chancela internacionais.  Entre esses reconhecimentos estão a cidade de Diamantina, declarada Patrimônio Mundial; a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; e o registro do Queijo Minas Artesanal — com seus dois terroirs, do Serro e de Diamantina — como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, todos concedidos pela UNESCO. Soma-se a isso o título da FAO/ONU ao sistema agrícola tradicional das apanhadoras e apanhadores de flores Sempre-Vivas, reconhecido como o primeiro Patrimônio Agrícola Mundial do Brasil.

O CaSHi conecta, por remanescentes caminhos coloniais, belas e históricas cidades barrocas, com suas comunidades setecentistas — região onde foi descoberto o primeiro diamante do mundo ocidental. Nesse contexto, destacam-se dois preciosos órgãos musicais, únicos, construídos no território no século XVIII: o órgão da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Córregos, e o órgão da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Diamantina, sendo esse, único órgão em atividade da época fabricado no Brasil.

O CaSHi está situado no berço da gastronomia mineira, na região do Serro, onde se encontra a maior e mais antiga bacia leiteira das Américas, que processa ininterruptamente o leite cru para a produção de queijos artesanais. O caminho está inserido em dois terroirs: o do Serro e o de Diamantina. Além disso, o território de Diamantina vem se destacando na produção de vinhos finos, cafés e cervejas artesanais.

O Caminho Saint-Hilaire oferece uma profunda imersão na fé e na espiritualidade, sendo marcado por importantes marcos da fé cristã, como o Santuário de Nosso Senhor do Bonfim de Matozinhos, o Santuário do Divino Pai Eterno e a Casa da Serva de Deus Irmã Benigna, em Diamantina, atualmente em processo de canonização no Vaticano — um símbolo vivo de devoção e esperança para milhares de fiéis.

 

Ao longo do trajeto, o peregrino é convidado a renovar sua fé em locais de profunda significância espiritual. Um dos pontos altos é a Igreja de Nossa Senhora Aparecida de Córregos, onde, segundo a tradição oral, surgiu uma imagem da santa em 1722 — apenas cinco anos após a famosa aparição da padroeira do Brasil, mas com características únicas. Não por acaso, essa pequena comunidade já formou cerca de 30 padres, num reflexo da forte vocação religiosa local.

 

No município do Serro, no encantador distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, destaca-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde repousa o túmulo do Cônego Geraldo Anadir Brandão, reverenciado por muitos como um santo popular. Merecem igualmente destaque o Santuário de Nossa Senhora das Dores, situado em uma vila fantasma na estonteante Serra do Caroula, no distrito de Mato Grosso — que ganha vida apenas durante o jubileu anual — e a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, no distrito de Milho Verde, onde foi batizada a lendária Chica da Silva.

 

O próprio nome do caminho carrega uma forte simbologia espiritual: o sobrenome do naturalista Auguste de Saint-Hilaire pode estar relacionado ao Santo Hilário de Poitiers, um dos Doutores da Igreja Católica. Assim, o Caminho Saint-Hilaire não é apenas geográfico, mas também simbólico — uma verdadeira trilha de fé e autoconhecimento.

 

Como expressão viva da espiritualidade brasileira, o caminho também revela a sabedoria dos povos tradicionais, com seus saberes holísticos e práticas ancestrais — de benzedeiras e raizeiros, ervarias, espagirias e terapias integrativas. Essas tradições formam uma ciência espiritual viva, semelhante à antroposofia, que, segundo o estudioso Bernardo Kaliks, “[...] baseia-se nos métodos das ciências naturais [...] para o conhecimento das organizações vital, anímica e espiritual [...]”.

 

Além disso, há comunidades alternativas que vivem em harmonia com a natureza e com a espiritualidade, mantendo uma profunda reconexão com o território que habitam. Essas comunidades acreditam que a região abriga um dos Chakras Espirituais do planeta, o que reforça a energia única e transformadora do lugar.

Unidades de Conservação

  • Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço
  • Monumento Natural da Várzea do Lageado e Serra do Raio
  • APA Das Águas Vertentes
  • RPPN Terra da Unidade
  • RPPN Terra do Sol

Municípios da Trilha

  • Conceição do Mato Dentro
  • Alvorada de Minas
  • Serro
  • Diamantina
0KM
TRILHAS
0
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
0
MUNICÍPIOS
0UF
UNIDADES FEDERATIVAS
ptzh-CNenfrdeitjarues