Descrição da Trilha
Começa sob a Estátua de ARARIBÓIA, obra do artista plástico Dante Croce (1965), junto a Estação das Barcas Araribóia, no centro de Niterói (RJ). Segue pelas obras arquitetônicas de Oscar Niemeyer em ambiente urbano de asfalto com ônibus e carros. Visão da baía de Guanabara com a Fortaleza de Santa Cruz do lado de Niterói e o Pão- de-Açúcar do lado do Rio de Janeiro, guardando a entrada da baía. Ao mesmo tempo, que mantém a visão da silhueta e do esplendor da Cidade do Rio de Janeiro – A Cidade Maravilhosa!
O trajeto tem tido uma opção atual e eventual, utilizando um túnel urbano que liga a orla de Charitas ao bairro Cafubá, seguir em direção à orla de Camboinhas/Itaipu, (Niterói). O trajeto original está mantido, na medida em que ao invés do túnel, subir o Morro da Viração com 220 metros de altitude e descer para o bairro Cafubá, retomando o mesmo sentido para orla de Camboinhas/Itaipu. Há um longo calçadão em um trecho de Camboinhas até chegar ao canal de ligação do mar com a Lagoa de Itaipu (Niterói). É um canal com uns poucos metros de largura e pode escolher ser transportado por um pequeno bote a remo – algo bucólico! Lugar bem próximo ao Sambaqui de Itaipu, Niterói (RJ).
Após 20 quilômetros e 800 metros da Praça Araribóia, há um morro íngreme de 800 metros com 4 metros de elevação, Morro da Tiririca, que é bem extenuante. No topo desse morro, descortina-se o mar verde azulado e toda a Itaipuaçu, Maricá (RJ), algo deslumbrante. Porém, quando começa a descer, logo sente que requer um controle muscular e um equilíbrio de tal forma, que acaba por realizar um exercício, tanto físico quanto mental. O pernoite é em Itaipuaçu (Maricá).
No segundo dia, a partir de Itaipuaçu, logo sente a brisa marinha do Atlântico e a visão da grandeza da Pedra do Elefante. Daí para frente, o visual da natureza será exuberante. Mas, recomenda-se atenção na medida que a praia guarda ondas traiçoeiras. São quilômetros de areia em um mar verde azulado que parece terminar no horizonte: paisagem própria do CAMINHO ARARIBÓIA. Atualmente, há asfaltamento no trecho que outrora se caminhava em chão batido avermelhado. Após, concluídos 36 quilômetros desde de Niterói, penetra-se na Restinga de Maricá: areão fofo, tendo relva escassa, com 6 quilômetros de extensão. Um tipo de terreno que por si só, impõe empenho pessoal para ultrapassá-lo; ele é diferente dos demais terrenos. Depois, há uma opção de retornar ao calçamento ou continuar então, diretamente pela praia, até Ponta Negra, Maricá (RJ), para o segundo pernoite.
No terceiro dia, deixando Ponta Negra, contorna uma pequena vila de casas simples e percorre um terreno outrora preservado e planejado com requintes, que tem ao fundo a deslumbrante Praia de Jaconé de mar verde azulado, que os moradores locais denominam de Propriedade de Roberto Marinho, Maricá (RJ). Este marco indica 60 quilômetros de caminhada desde de Niterói e aponta para a silhueta anuviada de uma pequena Igreja ao longe no alto de uma rocha. Trata-se de uma verdadeira ilusão de ótica porque no alto do topo de um rochedo junto ao mar está a magnífica Igreja de Nossa Senhora de Nazareth (ano 1630) de muitos metros de altura, na cidade de Saquarema (RJ) – Igreja Majestosa! Neste trecho, entre Ponta Negra e Saquarema. está localizado um dos raros Sambaquis regularmente incorporados ao estudo científico e que é assumido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O quarto dia do CAMINHO ARARIBÓIA segue para a região de Praia Seca, Araruama (RJ). Antes, faz o contorno pelas belas praias do Campeonato Mundial de Surf, Itaúnas, Saquarema (RJ). Entra pela Restinga de Maçambaba ao chegar no marco de quilometragem 84 do CAMINHO ARARIBÓIA. Terreno de areão bem mais fofo do que o anterior da Restinga de Maricá. Porém, a restinga vem sofrendo por vários anos, as presenças de veículos motorizados diversos, motos, bugres e semelhantes, que ao trafegarem pelo areão, geraram uma estrada de chão batido avermelhado. Então, isso permite utilizar uma passagem fora do areão. Assim vai aproximando de um lugar turístico chamado Vilatur (Saquarema). Mas, ao retornar a caminhar, penetra novamente no areão e desta feita os arruamentos são em menor grau. Tanto o visual será para o mar verde azulado do lado direito quanto para as lagoas rasas de água avermelhada pela esquerda. Acima, será o sol forte e a frente, a visão do areão com relvas. Para cada passo, a atenção de pisar com calma, sem afundar os calcanhares na areia fofa. A visão é de praias largas, extensas, ondas fortes e de areia branca, por alguns quilômetros.
Durante o percurso pelas praias belíssimas e convidativas ao banho, deve-se levar em conta que o cuidado e expertise individual são decisivos, porque as ondas são fortes. As vezes se encontram formações de pequenas lagoas nas areias – algo eventual –, chamadas de Lagomares que são ótimas para o banho. Há um lugar, no marco 94,8 conhecido por Praia do Dentinho, Maçambaba (Araruama), que, em geral, os grupos aproveitam para banho de mar.
Para o quarto pernoite na pousada em Praia Seca (Araruama), faz-se necessário tomar um trajeto fora da orla. No dia seguinte, tanto poderá optar em retornar para orla com o imenso areão até Monte Alto (Arraial do Cabo), ou senão, seguir por uma estrada estreita, asfaltada e com riscos em face do tráfego de carros.
Entre a pousada em Praia Seca (Araruama) e a pousada em Monte Alto (Arraial do Cabo) são 24 quilômetros. O percurso pelo areão é um dos mais desafiantes. É a parte que a areia é bem fina e mais fofa, a extensão entre a relva e as ondas rolando com força é maior, o som das ondas é mais forte e a sensação de intimidade com a natureza é o grau mais alto. Também, é o percurso mais isolado de pessoas.
Após o pernoite em Praia Seca, e retornando para orla, caminhando por 4 quilômetros dentro do areão, atinge a Praia da Pernambuca (Araruama). Pelo areão, sempre respirando a brisa marinha e com calma, pisando na areia fofa, conquista 6 quilômetros até os Mastros Espelhos da Marinha. São 2 mastros longuíssimos plantados na areia da praia (ferro e concreto), distantes entre eles de 1 quilometro, cuja função é registrar as velocidades dos navios de grande calado que transitam pelo oceano.
Na marcação de 118 quilômetros caminhados está a Divisa dos Municípios de Araruama e Arraial do Cabo, próximo à Praia da Figueira (Arraial do Cabo). Decorridos 123 quilômetros do CAMINHO ARARIBÓIA, estão as Dunas de Maçambaba (Arraial do Cabo), as mais preservadas de toda a região da Costa do Sol do Estado do Rio de Janeiro, estendendo-se por quase 3 quilômetros.
O 5º pernoite será na pousada em Monte Alto (Arraial do Cabo). Monte Alto possui uma localização privilegiada entre a Lagoa de Araruama e o mar aberto verde azulado de uma agradável brisa marinha. Possui uma geografia única dada pela natureza, porque apenas 500 metros separam o mar e a lagoa. Permite a quem quiser, aproveitar a água cálida salgada da lagoa e a leveza da água do mar cristalino, quase de imediato.
No dia seguinte, já no último dia de caminhada, os 24 quilômetros finais do CAMINHO ARARIBÓIA são realizados inicialmente pela orla da Praia Grande (Arraial do Cabo). Uma praia bem larga e de areia fina endurecida. A frente está o Morro do Atalaia (Arraial do Cabo). Após, 9 quilômetros, o trajeto desvia-se por um atalho através do Parque Natural Municipal do Combro Grande (Arraial do Cabo), antiga Usina Álcalis (desativada). Daí, chega-se a uma praça, a Praça da Bandeira. Continua para uma outra praia, conhecida por Prainha, até entrada da Praia do Pontal (Arraial do Cabo), cujo percurso é arborizado e chão de terra batida – bom para caminhar.
Ao chegar à Praia do Pontal a areia é branca, fina e fofa. O mar deslumbrante com sua cor verde azulada e francamente convidativo para o banho. Cheio de correntezas invisíveis e traiçoeiras. Em síntese, o banho dependerá sempre da prudência individual.
A Praia do Pontal (Arraial do Cabo) junta-se com a Praia do Forte (Cabo Frio) dando os 10 últimos quilômetros até o Canal de Itajuru. Neste percurso encontram-se as Dunas de Cabo Frio, Sambaqui de Cabo Frio e o Forte de São Matheus construído no Século XVII, posteriormente as lutas históricas de 1560. Lutas entre Franceses e Tamoios de um lado e do outro lado, Portugueses e Temiminós comandados por ARARIBÓIA. Lutas que significariam para aquelas pessoas da época e do contexto da história, simultaneidades de questões adversas, na medida em que se lutavam por interesses sobre a comercialização, o monopólio e o poder político da região do Pau Brasil, e, por outro lado, o lado dos índios, especialmente de ARARIBÓIA, “vingança” como forma de vir a reconquistar estabilidade espiritual.
Neste lugar específico de Cabo Frio (RJ), bem no início do Canal de Itajuru, que liga o mar com a Lagoa de Araruama e onde possivelmente, tenha tido uma casa primordial, "A Casa de Pedra", termina O CAMINHO DA FUGA DOS ÍNDIOS QUE VIVIAM AO REDOR DA BAÍA DE GUANABARA ou CAMINHO ARARIBÓIA.