Significado e histórico da Pegada
Este trilha desempenha um papel essencial na valorização, preservação e resgate do turismo religioso, no fomento ao lazer e na preservação da cultura popular em Monsenhor Gil-PI, contando com a participação de moradores de outros municípios do Piauí e de diferentes estados. Seu objetivo é manter viva uma tradição de grande importância para os romeiros e romeiras, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o desenvolvimento regional do turismo religioso. A romaria reúne participantes de Teresina, Monsenhor Gil, Palmeirais, Miguel Leão e Lagoa do Piauí, além de romeiros provenientes de outros estados, como Tocantins, Maranhão, Ceára e São Paulo, reforçando o caráter inclusivo, intermunicipal e interestadual da tradição. Reconhecida nacionalmente, a romaria tem sua divulgação ampliada pelas redes sociais, incluindo a exibição de documentários de cada edição, o que atrai um número crescente de moradores de diversos municípios e estados, fortalecendo seu alcance e consolidando sua visibilidade como evento religioso e cultural de grande relevância. Durante o percurso de 206 km (ida e volta), a romaria realiza campanhas educativas de combate às drogas ilícitas, atividades esportivas, brincadeiras culturais e momentos de oração, promovendo educação, saúde, fé e entretenimento aos participantes. 1. Resgate Cultural e Comunitário O projeto visa preservar e promover a continuidade de tradições como orações, cânticos, danças e manifestações culturais típicas da região, incluindo o balandê/baião, reisado e divindade. Dessa forma, garante-se a transmissão das práticas culturais às novas gerações e o fortalecimento dos laços comunitários. 2. Promoção do Turismo Sustentável Ao incentivar a romaria, o projeto contribui para o turismo religioso, o fomento ao lazer e à cultura, tornando a tradição um atrativo para visitantes interessados em vivenciar as práticas e a história local, fortalecendo a economia e a visibilidade cultural da região. 3. Valorização da Paisagem e da Natureza A caminhada oferece aos participantes a oportunidade de se conectar com a natureza, apreciando as paisagens do sertão nordestino piauiense, incluindo diversos tipos de animais, aves, rios e riachos cristalinos, vegetação de caatinga e fauna local. Essa interação contribui para a conscientização ambiental e fortalece o vínculo dos participantes com a terra e as tradições que a cercam. 4. Estrutura e Logística da Peregrinação Durante os nove dias de caminhada, os peregrinos utilizam aproximadamente 60 jumentos para transporte de alimentos, equipamentos e utensílios pessoais, mantendo viva a tradição nordestina. A alimentação e o descanso são realizados em acampamentos na caatinga, proporcionando uma experiência imersiva na vida simples e em harmonia com a natureza. 5. Fortalecimento da Identidade Cultural O projeto resgata a tradição religiosa e fortalece a identidade cultural dos moradores de Monsenhor Gil-PI, de municípios vizinhos e de participantes de outros estados, promovendo um sentimento de pertencimento e orgulho. Além da devoção, práticas culturais como músicas, danças e manifestações populares enriquecem essa herança. Ao valorizar essa vivência, a iniciativa reforça os laços sociais, culturais e espirituais, conectando a comunidade com sua história e consolidando a tradição para o futuro.
Histórico
No início do ano de 1997, durante uma conversa entre José Noronha e seu saudoso pai, Antônio Noronha (in memoriam), surgiu o desejo de resgatar as antigas romarias de Monsenhor Gil a Santa Cruz dos Milagres, tradição vivida por gerações de fiéis. Antônio Noronha recordava que, quando tinha apenas cinco anos de idade, no longínquo ano de 1922, havia feito a viagem dentro de um jacá, em um jumento, acompanhando os peregrinos que se dirigiam à Santa Cruz dos Milagres para pagar promessas e renovar a fé.
Inspirado por essa memória e movido pela devoção, José Noronha idealizou a Caminhada da Purificação do Corpo e da Alma, com o propósito de unir fé, história e tradição em um ato de espiritualidade e renovação. Assim, em 1997, foi realizada a primeira edição da caminhada, com a participação de um pequeno grupo de devotos que seguiram a pé o antigo caminho dos romeiros, ligando Monsenhor Gil ao Santuário de Santa Cruz dos Milagres.
Com o passar dos anos, a caminhada cresceu, tornando-se uma das maiores manifestações de fé do Piauí, reunindo dezenas de peregrinos de diversas cidades e estados. Em 2005, foi criada a ASSOCIAÇÃO DOS PEREGRINOS AMIGOS DE MONSENHOR GIL – APAMGIL, responsável pela organização, estruturação e logística da romaria, garantindo segurança, alimentação, apoio espiritual e toda a infraestrutura necessária para os participantes.
A trilha, hoje denominada Caminhada da Purificação do Corpo e da Alma, na Trilha da Fé e da Esperança, consolidou-se como um importante roteiro de peregrinação religiosa e turismo cultural, reconhecida pelo seu valor espiritual e social. O percurso, com 206 km de extensão (ida e volta), é realizado anualmente entre os meses de julho e agosto de cada ano, ligando a Igreja Matriz do Menino Deus, em Monsenhor Gil, ao Santuário de Santa Cruz dos Milagres, que se destaca como o primeiro maior destino visitação religiosa do Piauí, terceiro do Nordeste e o quinto do Brasil.
Mais do que uma simples caminhada, a trilha simboliza a purificação, a esperança e a perseverança do povo nordestino, fortalecendo a identidade cultural e a fé dos participantes. Ao longo de sua trajetória, tornou-se também um importante instrumento de integração comunitária, valorizando a religiosidade, a natureza e o patrimônio imaterial das comunidades que compõem o trajeto.